14 dezembro 2012

Oscar Niemeyer e Ravi Shankar.. ou toda uma arte que foi para o Céu!!


Falar sobre Oscar Niemeyer ou Ravi Shankar é demais para mim.. falar sobre as suas idas para outra dimensão dá cabo de mim!! Sorte que um dia lá estaremos todos juntos a fazer uma festa!!



Niemeyer, o arquitecto brasileiro figura-chave da arquitectura moderna, fez com que me apaixonasse por ele não só pelas maravilhosas obras de arte que idealizou, como também pela irreverência que lhe era conhecida e pelas maravilhosas frases que proferia, sem que qualquer filtro o impedisse. 

De ideologias políticas muito diferentes das minhas, era um homem de convicções, atraído pela linha "curva, livre e sensual", a curva que encontrava nas montanhas do seu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. Afinal, de curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein - como o próprio dizia.

Começou por estagiar com Lúcio Costa, com quem acabou por colaborar no projecto para o Ministério de Educação e Saúde no Rio de Janeiro (actual Palácio Gustavo Capanema). Mais tarde, teve oportunidade de trabalhar com Le Corbusier, pelo qual foi altamente influenciado, enveredando, no entanto, por um caminho bem oposto.

Os edifícios na Pampulha e, em especial, a Igreja de São Francisco de Assis, puseram as visões nacionais e internacionais neste homem, que se tornou "um dos arquitectos mais prolíficos do Brasil", tendo projectado, tanto no seu país, como internacionalmente, diversos edifícios privados e públicos.

Mundialmente conhecido por toda a produção de Brasília (cidade que se veio a tornar capital do Brasil em 1960), bem como pela sua colaboração na projecção da sede das Nações Unidas em Nova Iorque, recebeu convites para leccionar em Yale e Harvard. Por diversos projectos em que esteve envolvido - Congresso Nacional do Brasil, Palácio da Alvorada, Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e Catedral de Brasília, entre outros -, foi, igualmente, nomeado Director do Departamento de Arquitectura da Universidade de Brasília e como membro honorário do Instituto Americano de Arquitectos.

Deixou o seu país após o golpe militar de 1964 devido ao seu envolvimento com o Partido Comunista Brasileira e à sua consequente ideologia de esquerda, tendo voltado somente em 1985.

Premiado com o Prémio Pritzker de Arquitectura em 1988, projectou, ainda, o Museu de Arte Contemporâea de Niterói em 1996, o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, em 2002, a Cidade Administrativa de Minas Gerais em 2010 e o Centro Cultural Internacional Oscar Niemeyer, em Espanha, em 2011.

Trabalhou até poucos dias antes da sua morte, no passado 5 de Dezembro, aos 104 anos.. 

E o Céu agora ficará, certamente, ainda mais bonito!!



Ravi Shankar, compositor e músico indiano, tornou-se internacionalmente conhecido por ter colaborado com artistas como os Beatles.

Nascido numa família de artistas - pai violinista e irmão dançarino -, começou por tocar violino logo quando tinha cinco anos, tendo, aos 15 anos de idade, deixado a Índia para viajar para Paris com a companhia de dança do seu irmão Uday.

Em 1936, começou a estudar cítara, um instrumento tradicional indiano, sob a direcção de Ustad Allaudin Khan, tendo, pouco tempo depois, iniciado as excursões pela Europa e Estados Unidos.

Guru de George Harrison, guitarrista dos Beatles, desde 1966, foi através deste que expandiu a sua fama ao mundo ocidental, realizando, em 1967, o seu primeiro dueto com o violinista Yehudin Menuhin, com o qual depois veio a colaborar regularmente.

Com a intenção de popularizar a música hindu e conhecer melhor a música ocidental, em 1969 viajou para os Estados Unidos, tendo, dois anos mais tarde e a pedido da Orquestra Sinfónica de Londres, composto um concerto que estreou no Royal Festival Hall, nessa capital.

Posteriormente, começou a colaborar com o guitarrista John McLaughlin, com quem fundou o grupo Shakti, trabalhou na One Truth Band e gravou o álbum "Touch me there", sob a direcção de Frank Zappa. No lendário festival Woodstock, em 1969, apareceu ao lado de Jimi Hendrix, Joe Cocker, Janis Joplin, entre outros.

Leccionou em Nova Iorque e Los Angeles e dirigiu, a partir de 1970, o Departamento de Música Indiana no California Institute of the Arts. Em 1986, foi nomeado, pelo primeiro-ministro Rajiv Gandhi, para a Casa Superior do Parlamento Indiano, onde actuou até 1992.

Com actividade musical intensa, destacou-se, igualmente, como compositor, sendo autor de dois concertos para cítara e orquestra, além de músicas para ballets e bandas sonoras para filmes. Encontra-se nomeado para os Grammy Awards de 2013, na categoria de "Melhor Álbum de Música do Mundo", com o seu álbum "The Living Room Sessions Part I".

Protagonizou, ainda, o filme Raga, centrado na sua vida e, em 1978, publicou o livro autobiográfico "My life, my music". 

Com problemas respiratórios e cardíacos já conhecidos, não resistiu a uma intervenção cirúrgica para substituição de uma válvula cardíaca, tendo falecido no passado dia 11, aos 92 anos.. 

E a música do Céu será agora, certamente, mais harmoniosa!!

*Fotos: Google

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