12 maio 2015

Mães, Não faz mal admitir que... #2#

Se há questão dogmática no papel de mãe de recém-nascido é a da amamentação.
Mal se fala em alimentar os pequenos levantam-se vozes entusiasmadas (às vezes um bocadinho altas de mais) a defender o leite materno e o próprio momento de amamentação.
Todas sabemos - está provado - que o leite da mãe é o mais benéfico para as crianças (tem defesas e nutrientes que nenhum pó à venda em farmácia ou no supermercado conseguem replicar), todas sabemos que é um momento único, aquele em que o bebé está encostado ao peito da mãe (até porque só a mãe o pode fazer, o pai fica de fora)... todas sabemos isso tudo, mas nem todas se dão bem com esta fase.

É bom saber que os estamos a alimentar, que dependem de nós, que não precisamos de nada nem ninguém para os fazer crescer? Claro que sim, mas pode doer. E dói física e psicologicamente mais ainda quando por muito que tentemos o nosso leite não é, pura e simplesmente, suficiente. Tentamos de tudo e ouvimos todos à volta a dizer que é essencial que tem de ser, que o bebé X mamou quase até à puberdade (bem, na verdade ainda o fazia já com dentes - o que devo confessar me faz alguma confusão), mas o leite não vem. Pelo contrário desaparece.

E se deve entrar aí algum complexo ou tristeza e insistir loucamente para que nos tornemos apenas chupetas abundantes e não mais que isso, pois na verdade não há leite? Claro que não!
Então não faz mal admitir que o meu filho é um bebé leite artificial, suplemento, ou o que queiram chamar! Convém todavia dizer que foi muito amado em cada momento que eu, o pai, a avó, as amigas (sim, porque vários participaram na sua alimentação) lhe deram o biberão. Convém referir que cada colher de pó era colocada com um carinho (e cansaço extremo) na água aquecida qb com o maior dos cuidados para que ele comesse, crescesse e se tornasse num bebé/uma criança saudável, inteligente, esperta e cheia de energia. Ah... e tão agarrada à mãe como qualquer outra.

Por isso, não faz mal admitir que usei leite artificial!

Dó.


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